sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Alone?


Olho para os lados e não consigo contar o número de pessoas a minha volta. Amigos, conhecidos, companheiros estão todos aqui. Fazia tempo que não nos reuníamos assim, que eu não via tantas pessoas que gosto brincando, rindo e com toda essa alegria. Estar ao lado delas me deixa feliz, apesar de...
Apesar dessa sensação, de solidão, tão profunda que não sei de onde vem nem se um dia me abandonará. Sinceramente, eu gosto de me sentir assim e não quero que ela se vá. Antes eu li sobre isso, acusavam pessoas como eu de não nos sentirmos incluídos no grupo; escutei pessoas dizer que era a pior coisa do mundo, era horrível e não se sentiam parte de nada, pois ninguém as podia compreender.
Não posso discordar de nada que foi dito, já experimentei um pouco dessas coisas, mas esse desejo de ser compreendido, ser compreendido? O que é isso? Que isso me importa? Estar sozinho, não poder contar com ninguém, não ter apoio nem incentivo, porque me sinto tão mal ao pensar nisso?
Essas perguntas se tornaram irrelevantes para mim, percebi que os pensamentos decorrentes sempre me foram inúteis, nunca me ajudaram e duvido que algum dia a alguém já tenham ajudado. Reconheço que me sinto feliz em ver as pessoas próximas a mim felizes, crescendo ou conquistando coisas; que eles sentem a mesma coisa quanto a mim, mesmo que não tenhamos caminhado juntos; que antes de tudo eu preciso me querer bem; que o ser humano, em geral, é egoísta demais para pensar sincera e puramente no bem estar do outro sem que com isso alcance ao menos uma sensação prazerosa; que quando não queremos sofrer a confiança não pode ser demasiada se desejamos alguma retribuição; que as pessoas não vivem sem desejo, sejam eles para satisfação interna, externa e/ou impossíveis de serem satisfeitos; que as coisas podem não acontecer como queremos nem como precisamos, mas o que realmente importa é que elas estão acontecendo; que passamos tempo demais distinguindo o certo do errado e o bem do mal; que gastamos tempo demais relembrando o passado e projetando o futuro; que, o momento é o mais sublime dos tempos; que o bem ou o mal não nos tem de ser retribuídos necessariamente por quem beneficiamos ou desgraçamos; e, que, toda regra tem sua exceção.
Por fim, reconheço não só estas coisas, mas também a ilusão. A ilusão que se disfarçou tão bem de realidade que a verdadeira realidade passou a ser a maior causadora de sofrimentos e angustias da humanidade.