terça-feira, 15 de abril de 2008

Sem idéia...

É com grande alegria que venho avisar, aos meus fãs, que o texto que segue abaixo é fruto da minha falta de idéia pra escrever alguma coisa descente.

Músicas, Livros, Programas televisivos, Comidas, Observação paisagistica, Filmes, Trabalhos manuais... De fato, todas essas coisas nos servem de estímulo, não a todo instante, mas gastamos grande parte do nosso tempo diário recebendo informações de uma dessas fontes, pelo menos eu passo. Não que toda essa informação seja processada e reformulada de modo a contribuir de maneira prática pra vida, geralmente, servem pra matar o tempo e algumas outras vezes, ainda permanecem armazenadas, esperando o momento em que nos depararemos com alguma situação que exija aquele conhecimento ou que possa ajudar na assimilação de um novo conhecimento.
Vamos a um exemplo: Há muitos anos atrás, li um livro sobre alguns garotos de escola que foram convidados a encontrar a fonte de um ambulante que vendia figurinhas, aquelas de álbuns e que faziam o maior sucesso entre os adolescentes. Então, eles começam observando o cara, de modo que acabam descobrindo onde ele mora e onde consegue as figurinhas. Enquanto, a história se desenvolve o autor apresenta alguns métodos simples, mas que dificilmente se pensaria, isso prende a atenção, cria um ar de suspense e, sinceramente, me consquistou. Mas, voltando aos métodos, eles são todos básicos e passiveis de serem aplicados por qualquer pessoa sem maior conhecimento ou treinamento.
A questão é que a menos que eu tenha que perseguir alguém ou discorra sobre alguma coisa do gênero, esse conhecimento me será totalmente inútil. Porém ao analisar o modo como os garotos foram chegando a conclusão de como deveriam investigar e o que poderiam fazer a partir do que dispunham, eu poderia encontrar uma linha de raciocínio que me levará do simples e básico para a criação de soluções de problemas mais complicados. Estarei assim emergindo numa nova linha de raciocínio com mais facilidade do que alguém que nunca se deparou com uma situação que levasse a esse tipo de pensamento antes.
Por outro lado, se eu me deixasse envolver demais pela história, considerando que os protagonistas eram garotos que como eu estavam na escola, eram menores de idade e tinham pais que os impediriam de se aventurar, mas que todas essas coisas puderam ser contornadas sem maiores problemas. Poderia inventar de fazer isso com a minha vida também, correr atrás de vivenciar as aventuras que aqueles garotos vivenciaram, o que ocasionaria grandes problemas, possíveis dificuldades e todo tipo de tratamento buscando a minha adaptação social de modo satisfatório, já que essas idéias provocariam o meu deslocamento da sociedade, retraimento afetivo, indeferença pelos interesses das outras pessoas da minha idade e, não encontrando alguém que me apoiasse, a ausência de amigos.


Já não bastasse ter começado a escrever sem idéia alguma, estou agora me sentindo impedido de continuar para que as chances de se aproveitar algo nesse texto sejam maiores. Obrigado.

domingo, 9 de março de 2008

Conspiração Universal

- Então aconteceu?

- Sim. Parece que aconteceu sim.

- Pensei que fosse impossível. Afinal, não foi isso que você disse?

- Eu? Acho que não, eu disse que as possibilidades eram mínimas, ou iguais as do Raito-kun ser Kira ou menores. Enfim, como eu poderia falar que algo é impossível considerando que eu não acredito nisso?

- Hum, é verdade. Eu havia me esquecido disso.

- Relaxa. Acontece.

- Como aconteceu?

- Aconteceu do mesmo modo que as outras coisas e do mesmo modo que eu disse que aconteceria, oras.

- Isso quer dizer que mais uma vez o Universo conspirou contra você?

- É isso aí. Foi uma imensa, intensa e bem arquitetada conspiração do Universo contra a minha pessoa.

Risos

- Até parece que você é algum tipo de vítima nisso tudo.

- Como se eu não fosse, eu estava lá, tranquilamente sossegado, sem esperar nada, quando me foi apresentada. Apresentada alguém que atrairia a minha atenção pelos próximos dez anos. Alguém que merecia isso. E de repente, as coisas aconteceram, meio que fora de controle, sem que eu pudesse fazer nada pra evitar. E, isso pra mim é conspiração você não concorda?

- Bem visto desse modo parece algo meio fantasioso.

- O que poderia-se esperar de uma conspiração universal? Ou mesmo, que teoria a respeito de conspiração você conhece que não pareça fantasiosa?

- Agora eu não me recordo de nenhuma, mas até aí...

- Acontece.

- Me fala desse negócio de tomar a sua atenção, como isso funciona?

- Tomar a minha atenção, hein? Deixa eu ver... atenção, tomar minha atenção, o que isso significa?

Silêncio

- Sim, significa que ela teria minha atenção, que eu pensaria nela frequentemente, gostaria de saber como ela está, como se desenvolve, essas coisas.

- E depois dessa conspiração?

- Você quer dizer essa conspiração universal contra a minha mísera pessoa?

- Se tem que ser trágico, então que seja.

- É certo que não sou um cara que se anima, empolga ou se surpreende com facilidade. Não demonstro felicidade, alegria ou qualquer outro sentimento do tipo com freqüência, dependendo do dia, até a melhor notícia do mundo não me faria demonstrar muita coisa, quando muito um sorriso no estilo do “Sai”; e, em outros dias, até a pior notícia, não me preocuparia por mais de cinco minutos. Estranho, mas eu geralmente não sei o que tenho que sentir, isso deve ter uma grande influência, você não acha?

- Deve sim.

- De qualquer forma, acho que a minha atenção depois de todas essas coisas poderia ser resumida e tida como o fato de eu estar presente. Mais como ouvinte, mas ainda sim presente. Se é que você me entende.

- Entender eu entendo, mas acho que ela não vai entender.

- Pode ser, mas até aí...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Talvez seja algo novo, talvez não...




No mesmo lugar de sempre, a escadaria perto da entrada da escola, o nosso protagonista estava sentado, olhando para o chão e tentando imaginar como seria se aquilo que escutou antes de sair de casa fosse verdade. Até que alguém chega.

- Hi!

- Oi, como você está?

- Ah, eu estou bem e você?

- Eu não sei. É que meu pai disse que daqui a algumas gerações os seres humanos terão evoluído.

- Está bem, mas o que isso tem de mais? Não é só a evolução natural de que a professora comentou na última aula?

- É que ele falou um exemplo de evolução e isso me deixou pensativo... ele disse que essa evolução será mais mental.

A garota olha pra ele como se não acreditasse no que acabou de escutar e começa a rir. E num tom irônico pergunta:

- Então, ele disse que as pessoas serão capazes de mover objetos com o poder da mente?

- É, e também de atravessar paredes.

Ela não consegue se agüentar, não pode acreditar que está escutando uma coisa dessas do seu melhor amigo, ou pelo menos o mais sensato até aquele momento.

Essa simples frase, a deixou paralisada por alguns segundos, ela não poderia nunca se conformar com aquilo que escutara, então num misto de revolta e compaixão ela diz:

- E você acreditou? Por favor, isso só acontece em ficção científica. É besteira, é como acreditar em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa e tantas outras coisas.

Por um momento nosso protagonista tira os olhos das pequenas pedras que formam o chão que tantas vezes lhe ajudou a pensar, olha para a garota, a mesma que sempre considerou inteligente, revolucionária, capaz de compreendê-lo e de saber como ele pensa. Busca aquele ar de brincadeira, de quem fala essas coisas apenas por falar, porque no fundo sabe que a pessoa a quem se refere já considerou tudo isso antes, mas só consegue ver uma expressão séria de incredulidade; desapontado baixa de novo a cabeça e do modo mais frio e seco que encontrou naquele momento ele fala:

- É eu pensei nisso, só que ele me disse mais. Ele disse que no século XV quando era impossível imaginar que o homem poderia voar, alguém imaginou. E que muito tempo depois de algumas pessoas dizerem que o homem chegaria na Lua e muitas outras zombarem dessas pessoas, o homem chegou. Disse ainda que muitas coisas que eram impossíveis de se imaginar no século dezenove se tornaram reais no século vinte, como os micro-chips, computadores que podiam fazer muito mais do que cálculos e outras coisas que hoje fazem parte senão do nosso cotidiano, pelo menos do cotidiano de muitas pessoas.

O silêncio pairou no ar, ela ainda inconformada buscava argumentos para retrucar, ele com a cabeça baixa voltava a imaginar um mundo onde a mente poderia fazer as mesmas ou até mesmo mais coisas do que o nosso corpo é capaz de fazer hoje em dia. Pensava no quanto a física evoluíra e no que isso poderia significar para nós, ou melhor, para aqueles que viriam depois de nós, já que supostamente seria ela quem revelaria os novos limites do ser humano.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Um semestre e tanto...

De fato faz muito tempo, de qualquer forma retomo resumindo o que aconteceu...

Esse semestre foi realmente incrível. Nunca pensei que poderia perceber tanta coisa em tão pouco tempo e esquecer outro tanto de coisas.

A sensação de ter travado pela primeira vez, não conseguir fazer algo que eu tinha e queria fazer e ao mesmo tempo não fazer outras coisas, nunca imaginei que isso pudesse me acontecer.

Encontrar algo que a pouco tempo pensava ser impossível, me irritar por coisas que eu mesmo fiz e que eu sei que me irritariam se eu tivesse consciência do que estava fazendo.

Deixar de lado especulações e privilegiar os fatos. Deixar de lado a mim mesmo para que eu pudesse fluir e sentir isso enquanto acontecia; simplesmente inimaginável.

Predizer coisas com máximo de certeza, perder de um lado e ganhar de outro, tudo como o previsto.

Não me ligar em coisas óbvias e não encontrar uma maneira complexa de descrever tudo, isso foi estranho pra mim.

Relembrar coisas do passado, deixar coisas inesquecíveis perderem valor por conta de acontecimentos inesperados.

A “adrenalina” de poder ferir meu ego por pura preguiça.

A paranóia de estar sendo perseguido, vigiado e a confirmação de estar certo com relação a tudo que considerei real.

A dificuldade de ser eu mesmo, a recusa em me voltar a um Deus simplesmente porque ele me ofereceria uma sensação de conforto.

A idéia fixa de perder alguém que sempre será mais que única na minha vida e que sempre me confirma isso.

Coisas que aconteceram, muitas haverão de se repetir por toda minha vida e apenas uma que se extinta nunca se repetirá.

Sem dúvidas o mais excitante até hoje, mesmo que por motivos diferentes em momentos diferentes.

Coisas simplesmente impagáveis.

Sei que apesar de tudo ninguém será capaz de entender tudo o que disse, a maioria por falta de informação, outras por não serem tão interessadas quanto eu nas coisas que me acontecem e, talvez, apenas uma, por não conseguir se livrar de si mesma ao ler as coisas aqui descritas.

Mas até aí...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pessimismo, indiferença e desapego...

Eu só queria te encontrar, poder te abraçar, te beijar, ficar perto de você e dizer o quanto eu te amo e gosto de você. Queria poder te levar flores, passear na praia contigo, dizer que te amo...

Queria poder olhar nos teus olhos, queria te ver dançar, que você fizesse pose pra eu te fotografar. Queria estar fisicamente perto de você nos seus piores momentos e ver seus olhos brilhando de alegria nos seus melhores momentos. Queria poder te ajudar de mais formas, escutar sua voz dizendo 'eu te amo' e sussurrar nos seus ouvidos as mesmas palavras enquanto dançamos valsa. Queria não viver pensando em como fazer pra nos aproximarmos sem problemas nem complicações (apesar de saber o que devo fazer pra que essas coisas não aconteçam), e sim pensando no que posso te fazer pra te deixar mais feliz, porque eu te amo muito...

Queria que a sociedade fosse diferente, que os preconceitos não fossem tão inúteis e infundados, queria que o amor não estivesse subordinado as "trocas equivalentes" ou a "lei da compensação", queria te entender melhor...

Pq eu te amo de verdade...

Queria não passar as noites pensando em como você está, mas sentindo seu coração bater, o seu corpo próximo do meu e ver seu sorriso de felicidade. Queria fazer seu café da manhã mesmo que fosse uma ou duas vezes por ano, queria te colocar na cama com um beijo e te acordar com outro...

Queria apenas poder demonstrar meu amor de forma que te satisfizesse e te deixasse feliz...

SIMPLESMENTE PORQUE TE AMO DEMAIS CORAÇÃO...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Escrevendo...

Já há tanto não uso a tinta e o papel que, certa dúvida me pegou nos dedos antes das palavras.
Quem escreve não é o homem, e sim seu sentimento.
Nos momentos de dor onde a solução é o grito desesperado a plenos pulmões, um alarme de socorro dizendo que também precisamos de ajuda.

Eu escrevo.
Eu não grito.

Minha angústia é transformada nessa tentativa barata de arte. Eu permaneço com o semblante impecável, inescrutável.

As lágrimas também caem de meus olhos. ORA! Mas que artista não chora?

Mas o leitor lê e não sabe que as gotas de uma alma partida, foram derramadas sobre a página que repousa em sua mão.

Todo sentimento que grita no peito e aflora na folha, a mercê de alguém que não entende o que lê.

Alguém me disse que só entende quem já sentiu.
E eu, só escrevo!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

E de repente estou de novo naquela época...

E de repente estou de novo naquela época.

O ano mudou; estou mais velho; velhas estrelas desapareceram; o sol já não me anima mais; as pessoas mudaram, a minha relação com elas um pouco; o sofrimento se fez ouvir; a solidão se tornou amiga íntima; a ilusão mostrou-se verdade; o real admitiu sua inexistência; era mentira a força que nos movia antes; os objetivos ainda são os mesmos e continuam longe de serem alcançados.

E de repente estou de novo naquela época.

O presidente ainda é o mesmo; o circo mostrou palhaços melhores; o povo continua a se distrair; o pão ainda alivia e indigna, ainda nutre e ainda mata; as idéias ainda são as mesmas, ainda são ‘grandes’; as atitudes continuam quase irrelevantes; o individualismo ainda é criticado, suas fraquezas são cada vez mais expostas; o pensamento de ‘rebanho’ ganha força e as tragédias mais impacto.

E de repente estou de novo naquela época.

Os ideais são os mesmos, as atitudes menos agressivas; o amor ainda é o centro das pregações; o egoísmo ainda domina as atitudes.

E de repente estou de novo naquela época.

Agora a pessoa é diferente; o sentimento é mais límpido; a sensação ainda é de impotência; a razão é mais elaborada; o desejo agora é conhecido; o desejo já não é mais combatido nem dominante; os passos ainda são curtos; a previsão tornou-se mais drástica; o fim ainda é desconhecido; a depressão é cada vez mais visível; o orgulho cada vez mais confundido; o medo torna-se eminente, sua contenção já não é mais possível.

E de repente estou de novo naquela época.

O ‘norte’ ainda é o mesmo; as discussões perderam intensidade; o animo desapareceu; a vontade se tornou algo de outro mundo; as perguntas se tornaram inúteis; as respostas ainda não mostraram seu valor.

E de repente estou de novo naquela época.

Os mesmos problemas; o anseio pelas mesmas atitudes; a diferença entre crianças e homens; a diferença entre aquele que se ilude e o iludido; a diferença entre aquele que vive e vivente; a diferença entre protagonista e os outros personagens; a diferença entre o fim desejado e o fim do desejo; a diferença entre o sonho e a lembrança.

E de repente me dou conta que os papéis já não são mais os mesmos, mas é impossível negar que estou de novo naquela época.