domingo, 9 de março de 2008

Conspiração Universal

- Então aconteceu?

- Sim. Parece que aconteceu sim.

- Pensei que fosse impossível. Afinal, não foi isso que você disse?

- Eu? Acho que não, eu disse que as possibilidades eram mínimas, ou iguais as do Raito-kun ser Kira ou menores. Enfim, como eu poderia falar que algo é impossível considerando que eu não acredito nisso?

- Hum, é verdade. Eu havia me esquecido disso.

- Relaxa. Acontece.

- Como aconteceu?

- Aconteceu do mesmo modo que as outras coisas e do mesmo modo que eu disse que aconteceria, oras.

- Isso quer dizer que mais uma vez o Universo conspirou contra você?

- É isso aí. Foi uma imensa, intensa e bem arquitetada conspiração do Universo contra a minha pessoa.

Risos

- Até parece que você é algum tipo de vítima nisso tudo.

- Como se eu não fosse, eu estava lá, tranquilamente sossegado, sem esperar nada, quando me foi apresentada. Apresentada alguém que atrairia a minha atenção pelos próximos dez anos. Alguém que merecia isso. E de repente, as coisas aconteceram, meio que fora de controle, sem que eu pudesse fazer nada pra evitar. E, isso pra mim é conspiração você não concorda?

- Bem visto desse modo parece algo meio fantasioso.

- O que poderia-se esperar de uma conspiração universal? Ou mesmo, que teoria a respeito de conspiração você conhece que não pareça fantasiosa?

- Agora eu não me recordo de nenhuma, mas até aí...

- Acontece.

- Me fala desse negócio de tomar a sua atenção, como isso funciona?

- Tomar a minha atenção, hein? Deixa eu ver... atenção, tomar minha atenção, o que isso significa?

Silêncio

- Sim, significa que ela teria minha atenção, que eu pensaria nela frequentemente, gostaria de saber como ela está, como se desenvolve, essas coisas.

- E depois dessa conspiração?

- Você quer dizer essa conspiração universal contra a minha mísera pessoa?

- Se tem que ser trágico, então que seja.

- É certo que não sou um cara que se anima, empolga ou se surpreende com facilidade. Não demonstro felicidade, alegria ou qualquer outro sentimento do tipo com freqüência, dependendo do dia, até a melhor notícia do mundo não me faria demonstrar muita coisa, quando muito um sorriso no estilo do “Sai”; e, em outros dias, até a pior notícia, não me preocuparia por mais de cinco minutos. Estranho, mas eu geralmente não sei o que tenho que sentir, isso deve ter uma grande influência, você não acha?

- Deve sim.

- De qualquer forma, acho que a minha atenção depois de todas essas coisas poderia ser resumida e tida como o fato de eu estar presente. Mais como ouvinte, mas ainda sim presente. Se é que você me entende.

- Entender eu entendo, mas acho que ela não vai entender.

- Pode ser, mas até aí...